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Estilo Pessoal: sobre limites, pontos de vista e expansão do olhar.





Assim como numa transição de carreira precisamos desconectar do que estamos sendo - o cargo - para entender e falar sobre o que somos - o conjunto das nossas habilidades, nossas experiências e aprendizados, preferências, etc., para entender nosso estilo pessoal precisamos desconectar das definições estereotipadas para descobrir qual o nosso fio condutor e poder através disso encontrar as formas, cores e materiais que nos representam.


Na minha primeira formação, aprendi sobre as caixinhas (os 7 estilos universais) e isso me incomodava muito. No questionário do curso, eu mesma tinha 4 estilos diferentes, na mesma proporção.


Meio óbvio, né? Se fosse possível nos definir matematicamente, no teste da Capricho, não precisaríamos de criatividade na moda, não precisaríamos estudar para ser consultoras, nem precisaríamos pensar em como nos vestir, era só seguir o manual.


E pode funcionar assim para algumas pessoas? Até pode, mas convenhamos: que chato!


Continuando meus estudos, percebi que cada pessoa pode ser um quebra-cabeça. Uma peça de um estilo, combinada com outro, estilizada de um jeito diferente... fazia mais sentido para mim.


Mas então, minha gente, continuei estudando e aprendi que, para entender nosso estilo, não podemos apenas olhar para o que somos hoje. Claro que isso é importante na prática, mas para aprofundar e criar algo mais interessante a partir disso, precisamos explorar outros níveis para entender quem realmente somos (o conjunto de habilidades, experiências, aprendizados, preferências, etc.) e ampliar nosso repertório. Devemos compreender que aquilo que somos pode se apresentar de infinitas maneiras diferentes, mudando os pequenos detalhes a cada movimento que a vida e o humor do dia a dia nos proporcionam.


Quem evolui é aquele que se permite olhar para uma mesma coisa de diferentes ângulos, e a forma como enxergo o estilo pessoal hoje é assim: um grande conjunto de formas, cores e materiais que se organizam de infinitas maneiras diferentes, guiados por um fio condutor único, pessoal e intransferível, como se cada um de nós fosse um caleidoscópio.


“O conceito da palavra estilo está diretamente associado a questões subjetivas, pessoais, genuínas; então, pode-se compreender uma primeira forma do uso e aplicação da palavra estilo: o estilo pessoal ou do artista. Trata-se de uma visão de mundo própria e como isso será transformado em materialização de algo.” (BRAGA, 2014)

Repara que as peças do caleidoscópio são sempre as mesmas. Aí está a coerência, a continuidade, a repetição que é necessária para construir um estilo pessoal através de uma narrativa visual constante.


Aí, é claro, a gente vai vivendo e absorvendo novas referências. Quando uma dessas referências faz sentido pra gente, a gente é mais que livre para pegar essa nova pecinha e jogar dentro no nosso tubo, para que se misture com as outras e, aos poucos, vá materializando novas figuras, novas formas de combinação, sem perder o fio condutor.


Faz sentido pra você? Me conta o que acha e vamos começar a falar sobre estilo pessoal com mais autonomia, embasamento e senso crítico, e com menos fórmulas prontas e estereótipos?

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